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quarta-feira, 14 de março de 2012

Ao por do sol do Rio, lá vem o SUP, o surfe de tiozão


Quem passeia pela orla do Rio aos poucos se acostuma com um ingrediente diferente na paisagem, ao olhar para o mar. Contra o sol, chama a atenção a silhueta de homens que deslizam sobre as águas, flutuando de pé sobre uma prancha, com apenas uma pá de remo nas mãos. De longe, parecem até mais compridos que o normal, devido à imagem inusitada que delineiam em contraste com o horizonte, por estarem soltos, de pé sobre a superfície da água. O que quem vê da praia talvez não se dê conta é a vista que o praticante do "stand up paddle" tem, do ponto em que está, no mar.

O nome em inglês, ainda sem uma tradução corrente, deve-se à origem e ao pouco tempo em que a modalidade se difundiu. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Stand Up Paddle (Absup), Ivan Floater, 49, há registros da prática há cerca de 40 anos, no Havaí, onde professores de surfe, para facilitar a visualização dos alunos, ficaram de pé em suas pranchas, que naquela época eram sempre muito grandes, e adotaram o uso de remos para se locomover. Daí o nome: stand up, que em inglês significa de pé, somado a paddle, ou remo, em português.

Há cerca de 12 anos, ainda segundo Ivan Floater, também no Havaí, um grupo de surfistas e windsurfistas famosos começou a desenvolver pranchas mais arrojadas e apropriadas para essa nova modalidade.

"No Brasil, o esporte tem seis ou sete anos", conta Floater, "supista" de primeira hora, para usar o termo como alguns praticantes vêm se autodenominando, criado a partir da sigla SUP.

No último fim de semana, o status da modalidade subiu de patamar no Rio, com a realização da primeira etapa oficial do circuito de SUP na cidade. E a estreia se deu com recorde de participantes, 140 pessoas. Até aqui, a melhor marca não era de uma praia, mas do Lago Paranoá, em Brasília, onde foi realizada uma das quatro etapas do circuito de SUP do ano passado.

A novíssima etapa carioca abriu o circuito deste ano. Na categoria profissional, Luiz Guida, o "Animal", campeão e vencedor de todas as etapas do circuito em 2011, fez o percurso de 14 quilômetros (km), ou quatro vezes a distância entre o Pontão do Leblon e o Arpoador, em Ipanema, em 1 hora e 35 minutos. Uma velocidade média de 8,8 km por hora. Para acompanhá-lo do calçadão, uma pessoa teria de correr. "O cara parece uma lancha", brinca Floater.

A seletividade está no investimento para começar. Para comprar uma prancha e um remo, o iniciante precisa gastar entre R$ 2 mil e R$ 7 mil, nas estimativas de Floater, da Absup. Também faz muita diferença estar perto do local onde se pratica, seja lago, rio ou mar, e ter carro, devido à necessidade de transportar a prancha, que mede três metros de comprimento, pelo menos.

Mas idade não é documento nesse esporte, nem o preparo físico é tão exigido, se a ideia não for competir contra o "Animal". "Tem uma idade média mais alta que a do surfe", diz Monteiro. "É um esporte muito democrático, o gordo e o magro podem fazer.

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